Construindo uma Formação Tática Efetiva (Pro Player: Sabones)

Muito gratificante os elogios de nossos leitores após a publicação de nossa primeira análise tática, com a qual alcançamos mais de 200 views únicos em menos de 24 horas. Temos convicção que esta segunda análise será igualmente bem recebida e, desta vez,
contamos novamente com a colaboração de Sabones, Pro Player do estado de São Paulo:

Time: Barcelona

Formação Tática:

Por que eu uso esta tática?

Eu batizei esta tática como RETRANCALITY! (all-out-defense).

Primeiro, vamos seguir a escalação:

GK - Valdés (considero fraco pela estatura, porém é a única opção e, eternamente, o ponto fraco do time);

CB - Puyol (forte e veloz, ideal pra marcar aberto cobrindo a subida de laterais);

CB - Abidal (bom marcador, apesar dos stats e overall como zagueiro, também veloz pra cobertura e com uma força razoável);

CB - Piqué (alto, técnico, bom marcador... um zagueiro completo que ajuda na armação das jogadas e pode atuar como volante, o qual nessa posição considero o melhor do game, melhor que como zagueiro);

RB - Daniel Alves (ultra ofensivo se necessário, mas um bom marcador pra jogar aberto, como lateral mesmo... rende na esquerda, igualmente, e sobretudo, atacando como meia lateral. Possibilita então , inversões táticas, trocando de lado no ataque);

LB - Adriano (marcador razoável, mas tem uma saida de bola muito boa e bem superior a do Abidal);

DMF - Busquets (alto, corta lançamentos longos dos GKs e CBs adversários com facilidade... tem um bom domínio de bola e entrega fácil ela para as válvulas de escape do time... fora que conta com o card Anchor Man, compondo bem o setor defensivo e posicionando para cortar passes incisivos do triangulo nos contra ataques);

DMF - Keita (forte, tem uma saida de jogo muito boa e um desarme muito bom... fora que por cima compensa a falta de altura com impulsão, sendo muito útil também no OTB - Off The Ball);

CMF - Iniesta (alguns preferem guardar para o segundo tempo, por conta do card super-sub, porém pelo dinamismo do jogador, e da necessidade de ter alguém no setor que prenda a bola e organize, ele se torna imprescindível no time titular: defende e ataca com a mesma qualidade, e na mão de players mais habilidosos , torna-se um semi-deus em campo, pelo controle de bola e dribles);

RMF - Alexis (veloz e ágil, com um bom drible. É a principal válvula de escape pela direita. Saber usar esse jogador, define o sucesso do esquema, uma vez que seu adversário vai tentar anulá-lo);

SS -  Messi (auto-justificável, sendo que usaremos um atacante nesse esquema);

Vamos então a forma de atuar:

As principais jogadas de gol no PES 2012 se revezam entre bola longa, linha de fundo e rolar a bola para trás e chutality (chute teleguiado), sendo esse último, o mais efetivo pelo fato da grande maioria jogar de Barcelona, tendo dois especialistas no quesito como Messi e Villa, um de cada lado, geralmente, e um goleiro baixo e fraco pra esse tipo de jogada, o que favorece muitos gols desse comando.

A tática que eu bolei, visa justamente minimizar essa incidência, uma vez que é impossível uma tática ser 100% eficiente.

Uso defesa baixa pra cortar com mais facilidade os passe profundos, e desanimar o adversário de insistir nas bolas longas, sempre trocando o cursor para o último zagueiro da linha, e colocando ele atrás do receptor do passe. Como uso 3 zagueiros, sempre se tem uma sobra de 2 pra acompanhar as inversões e tabelas.

Sendo assim, vão insistir sempre nas jogadas pela lateral, pois o meio é bem fechado, com os laterais, volantes e zagueiros abertos. Nesse caso, vamos ter que prestar atenção e fechar os espaços da linha de passe do atacante para o meio, e ficar atento à entrada da area, no posicionamento de Messi e Villa para o chutality. Por isso, dois volantes de boa chegada e Iniesta como CMF, compondo esse rebote.

Tento evitar o chutality com os volantes, sempre atento à troca do cursor, para marcar a perna esquerda do Messi e a direita do Villa. Jogadores mais habilidosos vão tentar enganar essa marcação, arrastando o marcador para o meio e voltando a bola para o ponta. Muita atenção nesse momento, pois deve-se começar novamente o sistema de marcação, cercando o condutor da bola até o momento exato para o bote. Ter o setor defensivo povoado, nesse caso, se torna imprescindível assim como a inteligência do player em cercar, sem esquecer de manter a sobra. O bom marcador também induz o condutor da bola adversário a seguir para um setor onde não lhe é confortável, como por exemplo um posicionamento onde Messi e Villa não clareiem para o chute com suas pernas boas.

Enfim, é uma receita de bolo a ser treinada e eu estou bem habituado a ela. O segredo mesmo, é ter sangue frio pra jogar sob pressão com a bola perto da sua área e saber segurar o jogo, sobretudo com Iniesta, Alexis, Adriano e Daniel Alves que, eventualmente, subirão como opções de desafogo pelas laterais. Ter o controle de bola com habilidade deixará os players a vontade para achar espaços na defesa adversária, uma vez que jogador de defesa, sem ter em quem colar pra dar o combate, tende a perder posicionamento e abrir buracos.

Variação da Formação Tática:

Por que eu uso esta tática?

Nessa variação, passo o Iniesta para volante, onde ele tende a voltar ainda mais, para compôr o sistema defensivo..Isso desestimula ainda mais o adversário a tentar o chutality e vai forçar o “chuveirar” (bolas por cima) na área. Como o Barcelona não tem atacantes de área com boa estatura, chega a ficar “confortável” sofrer esse tipo de pressão, apenas tomando cuidado no rebote e nas bolas trabalhadas pela lateral e linha de fundo, tentando dificultar, ao máximo, a rolada de bola para o meio da defesa. A saída de jogo pelo meio fica mais comprometida, o adversário mais ousado tende a adiantar sua zaga para comprimir o time e aumentar a bola circulada em sua defesa. Nessa hora, a melhor arma do time será Pique, que tem um passe de triangulo por cima muito eficiente e eventualmente achará Messi ou Alexis em linha com a defesa adversária, meio que Chelsea brigando por uma bola em semi final de UCL contra o próprio Barça na vida real... e dá certo.

No segundo tempo, utilizo Xavi e Fábregas nos lugares de Busquets e Keyta. Entram descansados e como são mais fracos fisicamente, não vão sofrer tanto no corpo-a-corpo com o elenco adversário, mais cansado. Com um passe melhor no setor, é possível triangular rápido e articular um contra ataque mais preciso ainda. Messi nessa altura já estará esgotado, então uso o Villa ali: mais lento que o Messi, com mais balance também e descansado, tende a sobressair-se sob a defesa adversária, o que vai ser útil também.

Estilo de Time:

Por que eu uso este estilo de time?


Com o apoio no 15, os atacantes tendem a se projetar mais e se manter em linha com a zaga, nos contra-ataques é muito mais que útil, é necessário.

Alcance do apoio costumo usar 12, quem alimenta o ataque se posiciona mais aberto e quem vai receber a bola mantem uma distância cômoda, favorecendo esticadas de bola com triangulo ou roladas para o meio da defesa.

Troca de posição no 4 pois, em time defensivo, quanto mais rigoroso o posicionamento, mais fácil de o jogador estar onde você deseja, nos contra ataques. Com atacantes invertendo, tendo poucos, corre-se o risco de o Iniesta ou o Alexis subirem mais que o necessário.

Estilo de ataque no 10, não força a subida dos laterais, nem dos volantes e zagueiros, é praticamente neutro e pra mim, a grande sacada pra não tomar bolas longas além da defesa mais recuada.

Pressão no 4 implica em a defesa não abrir tanto espaço na hora de cercar um atacante, dando brecha pra um terceiro fora da jogada aparecer livre nesse buraco. Fábregas tem Free Roaming e se escalado mais a frente, fatalmente aparecerá livre para a conclusão nesse intervalo.

A linha de defesa no 4 é autoexplicativa: o time não subirá e a partir daí, você diminui a incidência da bola longa. Em contrapartida, vai assumir o risco de levar pressão.

Densidade no 12, para a zaga jogar junta dos volantes e entre sí, sem ir muito para o meio, dando as pontas para o adversário trabalhar a bola.

Bom, é como eu defendo no PES e considero satisfatório. Não é uma tática que vou usar em amistosos regularmente, porque exige um grau de concentração muito grande e o jogo se torna até chato em determinado momento. Mas, com um pouco de sangue frio e noção do que fazer com a bola na hora certa, considero um ótimo RETRANCALITY !!!